domingo, 30 de agosto de 2009

Pesquisa sobre solar no Brasil

Para aqueles interessados em buscar informações científicas na área de energia solar, deixo a sugestão de um contato com o Grupo de Estudos em Energia, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG.

O GREEN, sigla pela qual é conhecido o Grupo, é atualmente o único laboratório credenciado pelo INMETRO para realização dos ensaios de desempenho e desenvolvimento em coletores planos de energia solar para o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).

O laboratório do GREEN conta com um simulador solar, equipamento que reproduz com aproximação quase perfeita o espectro solar, além das demais condições para realização dos ensaios dentro das especificações das normas técnicas.

Os pesquisadores e professores que lá atuam desenvolvem atividades de pesquisa em nível de Mestrado e Doutorado, vinculados aos programas de Pós-graduação da PUC/MG.

A seguir, deixo alguns links:

Página do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da PUC/MG, onde se insere o Grupo de Estudos em Energia: http://www.mea.pucminas.br/index.php
(Muitas das dissertações e teses produzidas podem ser acessadas diretamente na opção: "Produção Intelectual")

Página do GREEN, voltada aos ensaios para o INMETRO: http://www.green.pucminas.br/

INMETRO/PBE: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/eficiencia.asp

domingo, 2 de agosto de 2009

Casa de ferreiro...

... espeto de ferro! Para mudar este antigo ditado, farei a instalação de um aquecedor solar em minha casa. Apesar de ter mais de 25 anos, as instalações hidráulicas já foram modificadas uma vez, quando foi implantado a rede de água quente e o sistema de aquecimento a gás de passagem. Agora, com uma simples adequação, a residência terá mais um upgrade, tecnologico e ambiental.

O importante aqui é ressaltar que apesar de ser mais fácil a implantação durante a construção do imóvel, instalar um sistema de aquecimento de água por energia solar em residências que utilizam, por exemplo, chuveiro elétrico, não só é possível como economicamente viável. Além disso trás ganhos consideráveis na qualidade do banho e conforto aos usuários.

sábado, 25 de julho de 2009

Retomada (ou seria início?) das postagens!

Durante este período sem publicar nada não fiquei de férias não! Trabalhei (e muito!) num projeto interessante: organizar um modelo analítico para estimar os indicadores Fr (fator de remoção), UL (coeficiente global de perdas de calor) e ta (tau-alfa, produto transmitância-absortância).

Estes indicadores, obtidos através de ensaios, servem para avaliação da eficiência térmica dos coletores solares e posteriormente para determinar sua capacidade de produção de energia.

A possibilidade de estimar previamente estes coeficientes com relativa precisão, permite ao fabricante reduzir custos de projeto, uma vez que as simulações matemáticas indicam quais os projetos com mais chances de atingir os objetivos desejados.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Boas notícias em Guarulhos

Para que ações como essa, relatada abaixo, se multipliquem, é preciso uma constante cobrança e fiscalização por parte da população não apenas sobre as Concessionárias de serviços de energia, mas principalmente sobre nossos VEREADORES. É através deles que está o caminho mais curto para criar leis que verdadeiramente incentivem o uso da Energia Solar Térmica.

Famílias recebem sistema de aquecimento solar em Guarulhos (SP)
Fonte: DASOL-ABRAVA, 18/04/2009

Desde o dia 4 de Abril, a Prefeitura de Guarulhos (Grande São Paulo), em parceria com a Bandeirante Energia S.A. e a Caixa Econômica Federal, deu início à instalação de aquecedores solares em cinco conjuntos habitacionais do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). O sistema beneficiará 878 famílias (cerca de três mil pessoas), com renda abaixo de seis salários mínimos, dos condomínios Cidade Brasília (Cumbica), Araucárias (Bonsucesso), Topázio, Jurema I e Jurema 2 (Pimentas).A previsão é de que as instalações sejam concluídas em seis meses.

Além do sistema solar para aquecimento dos chuveiros, os cinco conjuntos também receberão 5.800 lâmpadas mais econômicas para serem usadas nas residências e nas áreas de uso comum, e contarão com iluminação pública fornecida pela Prefeitura. Com a utilização da energia solar para banho e de lâmpadas fluorescentes, a economia nas contas de energia desses moradores deve chegar a 40%, o que já ocorre nos conjuntos habitacionais Vila Flórida e Santa Cecília, onde 272 famílias são beneficiadas pelo sistema.

Segundo o diretor do Departamento de Iluminação Pública de Guarulhos, Paulo de Tarso Carvalhaes, o chuveiro é responsável por entre 30% e 35% do consumo de energia de uma residência. “E, ao contrário do que se possa pensar, a economia com o chuveiro não significou um aumento no consumo de água, que poderia ser provocado por banhos mais demorados”, explica.

Todos os custos com a instalação dos aquecedores solares, assim como com a distribuição das lâmpadas econômicas, são de responsabilidade da Bandeirante Energia. A iniciativa atende a determinação da Lei nº 9.991/2002, que prevê que as concessionárias de energia destinem parte de suas receitas a projetos de eficiência energética. O investimento total é de R$ 3,9 milhões e a economia anual com a implantação do sistema nos cinco condomínios é de 1.343 megawatts.

”Em uma segunda etapa, a Prefeitura pretende ampliar o programa para a rede municipal de Educação, levando os aquecedores solares para as creches, onde o uso de chuveiros também é grande”, afirma Paulo de Tarso.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Por que não usar energia solar para aquecer água?

Já que o sol está aí, por que não usar sua energia? Estas perguntas, apesar de serem aparentemente simples, expõem a realidade setor de energia Solar Térmica no Brasil.

Como citado no artigo do Ming, um dos grandes empecilhos para o desenvolvimento do setor é o custo dos equipamentos. Por questões econômicas históricas, ainda impera a cultura atrasada do uso do chuveiro elétrico, vilão das contas de energia elétrica especialmente para famílias de baixa renda.

Por enquanto no Brasil os equipamentos para aquecimento solar com qualidade e eficiência adequadas apresentam custo elevado. Alguns equipamentos de baixo custo, regularmente apresentados na mídia, tem seu valor apenas para fins didáticos ou então como auxiliares na divulgação do princípio de operação de um sistema de aquecimento solar de água. Infelizmente estes equipamentos não apresentam confiabilidade e durabilidade, requisitos fundamentais para compor um sistema predial de água quente.

De acordo com as leis da economia, uma das maneiras de reduzir o custo dos equipamentos é aumentar o volume de produção, o que depende diretamente de ações (e não iniciativas) para massificar sua utilização. As ações ainda são tímidas perto dos benefícios que o uso da Energia Solar Térmica pode trazer ao Brasil. Muitas cidades já dispõem de leis que obrigam o uso de energia solar (veja mais no link Iniciativa Cidades Solares). No estado de São Paulo, as moradias construídas pela CDHU já prevêem o uso de energia solar. São pequenos passos, mas em uma direção certa.

Enquanto isso procure saber se em sua cidade há alguma iniciativa nesse sentido. Se não houver, por que não procurar seu vereador ou seu deputado, nossos representantes, e cobrar ações efetivas sobre o assunto? Em meio a informações técnicas e notícias do setor, vamos utilizar este espaço para discutir as ações políticas para a ampliação do uso da Energia Solar Térmica no Brasil e os impactos sociais decorrentes.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Aquecedor solar: funcionamento básico

Para aqueles que ainda não sabem como funciona um sistema básico de aquecimento de água por energia solar, vale assistir este vídeo, bastante didático, disponibilizado pelo fabricante Soletrol (www.soletrol.com.br).

Sol e água quente

A nome para o blog veio deste artigo do Celso Ming, publicado no jornal "O Estado de São Paulo", de 28/03/2009, reproduzido integralmente como a primeira postagem oficial.

O Estado de S.Paulo – 28/03/2009
Sol e água quente
Artigo - Celso Ming

Se tudo ocorrer como foi anunciado quarta-feira, tomar banho e lavar louça com água
quente não vai mais puxar para cima a conta de luz. Não vai puxar pelo menos para os moradores do 1 milhão de casas a serem construídas nos próximos anos sob as novas regras habitacionais patrocinadas pelo governo federal.
Entre os compromissos com viés ambientalista que o ministro Carlos Minc conseguiu arrancar do governo em troca de agilização da concessão de licenciamento ambiental para o programa, está o de que as habitações ali previstas serão dotadas de sistema
de aquecimento solar. Esse sistema acionado com energia solar não irá gerar energia elétrica, conhecido como sistema fotovoltaico, ainda pouco utilizado pelo seu alto custo. Por aqui, servirá quase somente para aquecer a água da casa.

A decisão poderá virar o jogo até agora perdedor do setor, que é prisioneiro de um
problema estrutural: não consegue decolar porque seus produtos são caros demais e são caros demais porque não têm escala de produção. As estatísticas da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) mostram que só 1,7% das residências brasileiras (cerca de 840 mil) possui esse sistema. Em Israel esse número ultrapassa os 90%.

Carlos Faria, diretor do Departamento de Energia Solar da Abrava, refez seus cálculos e concluiu que a construção de 1 milhão de casas dotadas com o sistema aumentará em 2 milhões de metros quadrados (m²) a área instalada de placas de aquecimento (atualmente são 4,3 milhões de m² no Brasil, e no mundo, cerca de 250 milhões de m²): "Isso aponta para uma economia de energia elétrica de até R$ 4 bilhões para o País, considerando o custo da construção de uma usina hidrelétrica para suprir essa demanda."

Um sistema simples de aquecimento solar para a casa de uma família de quatro pessoas inclui placas de aquecimento de 2 m², reservatório térmico para 200 litros e tubulações. Isso equivale a cerca de 3% a 4% do custo da construção. Faria explica que em três anos e meio o investimento é recuperado apenas com economia de energia elétrica. A conta é simples: o custo médio do equipamento é de R$ 1,5 mil, já incluído o custo de instalação. A economia mensal na conta de luz é algo em torno de R$ 35, o que dá R$ 420 por ano. A durabilidade média do equipamento é de 20 anos. O maior mercado potencial criado com o novo programa habitacional deverá baixar os
custos. "Estimamos uma redução de 20% a 30% no custo do equipamento com a
demanda a partir de 500 mil casas", calcula Faria.

Para atender à nova demanda, os 200 fornecedores existentes no Brasil deverão investir cerca de R$ 60 milhões para duplicar a atual capacidade de produção, de 2 milhões de m². Hoje a indústria trabalha com uma capacidade ociosa de cerca de 60%.

Para o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, a iniciativa do governo
federal pega carona no aumento da conscientização sobre a necessidade de poupar energia elétrica. "Até 1993, com a tarifa unificada, o brasileiro não tinha noção de consumo consciente. Após a liberação da tarifa e, mais recentemente, com o racionamento ocorrido em 2001, o brasileiro mostra mais interesse", diz.